domingo, 19 de fevereiro de 2017

REFLEXÃO EM ESCRITA SEMI-AUTOMÁTICA

 Alegre é a loucura irônica em meio a falta de sentido, em meio a dramas auto-impostos de solução já sabida, parecendo-me melhor dramatizar até a ficar grotesco do que aceitar aquela que me parece a única saída, bem pior que a morte, é erguer um monumento ao fracasso com minha separação. Mais honrado, talvez, seja esgotar tanto as esperanças quanto as alternativas, olhar de frente o temível e destruidor desconhecido, num primeiro encontro, que por mais doloroso que seja, espero que venha logo, enquanto os dias de agonia se derramam em um lamaçal de incertezas só consigo pensar que alívio do fim de ciclo seja a mais aprazível das certezas, quero pra logo esse marco simbólico, uma data pra lembrar, de quando esse sonho real e datado finalmente terminou, quero poder berrar!  Morreu! Acabou! Pior que qualquer perda é zumbido que a anuncia, pior que a bala é o estampido, naquele meio segundo que você espera pra ser atingido, ainda tenham lhe errado como alvo.
 Que meu existir se exploda, e exploda agora! Já! Estou exausto de existir nesse meio moribundo de ressuscitações intermináveis, esse meu bioma psico-sócio-existencial tem que morrer, o chão que eu piso é uma areia molhada e estéril, clamando por algum cadáver qualquer que lhe sirva de adubo. 
 O que eu mais quero saber é como fazer para que essa morte, benfazeja e inevitável, ocorra com menos dor e fausto possível, lágrimas e gritos não ajudarão ao corpo apodrecente adubar a nova vida, lamentos são inúteis e idiotas, quero só um pouco de raro silencio compreensivo, não de todo complacente é claro mas ao menos respeitoso, por um tempo breve. 
 Quero viver, se a assim a lógica abstrata da natureza quiser, por isso é imperativo deixar morrer, sem dó, que só serve como nota em musica, pra além disso é uma baita desnecissadade burra. 
Morrer e renascer, já!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

BELEZA FRÁGIL






A beleza é frágil
Um estado instável
Que se esvai
Pelos olhos vãos
De quem não quer ver

Assim ela fenece
Para depois renascer
Não se sabe onde
Talvez numa bela vista
Frente a retinas menos vis