quarta-feira, 6 de abril de 2016

MURO MAREADO


Aqui  a maré é muro
Tapadeira da mirada
Da miríade ensolarada
Que alí já não resplandece mais

GERMINATO


O mais novo broto


Da mais frondosa árvore 


No mais distante cume


Na mais alta montanha

Cintila seu verde molhado


Depois da chuva


Que há pouco era água turva no lago


No fundo do vale 

No meio da várzea


Bem abaixo do nível do mar


Pra entender meu broto


Olhe minhas raízes


Beba da água que ela suga

E se enterre na terra 

Onde hoje me encerro