terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O TRAÇO LÍQUIDO NOS RIOS DE RISCOS

 Decretada a liquidez baumaniana, agora o jeito é deixar fluir, pois foi o que fiz nesta minha última série de desenhos, em grafismos soltos e fluidos coloquei no papel muito além de tinta, aqui tem minha alegria meio embriagada de suavizar ângulos incansavelmente, tem a sensualidade e a excitação de correr o olhar pelas linhas que vão e vem, quase se tocam, e quando se juntam engrossam, depois se afinam e nunca mais se misturam, tem também um pouco de ironia levemente debochada, típica de um frívolo saudosista como eu, que amo um décor, que gozo (espiritualmente) com a arte meramente ornamental, tão fútil quanto indispensável. 
 Pra mim, as verdades que antes estruturavam as noções frias e esquizofrênicas da arte contemporânea não andam valendo pra muita coisa, é chegado o tempo da multitude, rotular, datar e classificar de uma maneira tão complexa quanto doentia já não dá mais, agora basta para (nós e) a arte ser, sendo o que se é, um rio que se mistura, mostra, esconde, de ontem, de hoje e de sempre, cujas margens não podem ser medidas, tampouco dominadas.

É isso, aprecie, relaxe e deixe escorrer...





























3 comentários:

  1. Migues, que lindos! E que crescimento! Parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que gostou, tem muito mais sendo feito, daqui uns dias eu posto! s2

      Excluir
  2. Migues, que lindos! E que crescimento! Parabéns!

    ResponderExcluir