quarta-feira, 2 de setembro de 2015

AS OUTRAS FACES E TRAÇOS

 Eu desenho, desde que me entendo por gente, e talvez já antes disso... Algumas das minhas lembranças mais antigas são de desenhos que fiz, como quando eu desenhava carros, flores, meninas e espadas com giz no chão de cimento esverdeado, que ficava na área de serviço nos fundos da casa de meus pais, me lembro também quando destrocei um batom da minha irmã enquanto desenhava usando-o como um lápis de cera diferente, nesse caso meu corpo e roupas serviram como tela, pintei traços grossos daquele vermelho tão forte e brilhante dos meus pés a cabeça, deixei manchas em minha bermuda jeans que levaram minha mãe à loucura, e as marcas que ficaram daquela expressão tão inocente quanto anárquica nem ela (e nem ninguém...) conseguiu apagar.
 Hoje tento me reconectar com a fluidez e liberdade daqueles tempos pueris, e sigo rabiscando constantemente qualquer interessante espaço em branco que me passe pelas mãos, talvez numa tentativa de redesenhar o mundo e a mim mesmo... Quem sabe um dia eu consigo!
 O meu acervo é bem diverso e para que se tenha uma ideia do caminho que meus rabiscos tomaram, deixo esta pequena amostra, de diferentes técnicas em ordem cronológica, que aqui vão dos lápis de cor da pré-adolescência aos traços fluídos e curvilíneos das canetas hidrocor que tenho usado em minha última série abstrata.

Observação: Como sou péssimo copista e observador indisciplinado todas a figuras humanas nos desenhos são criações da minha cabeça, sejam as transex e travestis (retratadas do 3º ao 6º desenho que compõem uma série), ou os homens nús (8º e 9º), bem como as restantes. Quem sabe todas elas juntas formem um autorretrato, os psicólogos e entendidos que quiserem analisar fiquem à vontade, no meu caso acho que nem Freud explica, e eu nem quero saber o que significam...