domingo, 9 de agosto de 2015

MOSTRAR PARA NÃO PERDER

 Como nunca se sabe o que há de vir, é melhor postar, afinal nos dias de hoje nada mais garantido que a etérea, eterna e infalível nuvem digital, e aqui estou eu no início de uma série de postagens para mostrar um bom tanto das coisas que fiz, claro, só as coisas que olhos podem ver, seja pelo importante registro atemporal da internet ou pelo meu atual desejo de me fazer notar (por minhas criações), vou colocar minhas imagens e suas histórias, aos poucos, porque produção em massa não é comigo... Essas 13 imagens iniciais foram tomadas de diferentes pontos da casa de meus pais, entre 2011 e 2013, onde vivi por exatos 20 anos, a velha casa 368. Pelo que pesquisei, a construção inicial se deu por volta de 1950, com tijolos maciços, revestimento em areia de goma e cal, cobertura de telhas cerâmicas capa e canal feitas artesanalmente, remetendo assim a técnicas já ultrapassadas na época, certamente as únicas disponíveis aos que moravam naquela região não tão nobre. Talvez desde cedo eu já soubesse que para conviver naquele espaço caótico, quase sem janelas, onde as paredes teimavam em mofar e se descascar não importava quantas vezes fossem pintadas, eu teria que olhar pra isso tudo de outra maneira, portanto usar esse caos como subsídio para minha expressão artística foi a saída para me relacionar com esse espaço que habitei por tanto tempo.  Sou muito grato a tudo que aquela casa me proporcionou, se não havia conforto ao menos havia liberdade, desapego, e toda goteira que me irritava era um lembrete que aquele não era meu lugar e que ganhar o mundo é um dever, uma necessidade.



















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